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Em live, Frente Ambientalista e Fundação SOS Mata Atlântica apresentam caminhos para restaurar Mata

Em live, Frente Ambientalista e Fundação SOS Mata Atlântica apresentam caminhos para restaurar Mata Atlântica


(Brasília, 27 de maio de 2021) – A Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional e a Fundação SOS Mata Atlântica promoveram na noite desta quarta-feira (26) uma live para discutir os dados de desmatamento da Mata Atlântica nos últimos anos e os esforços para recuperar e impedir retrocessos em sua proteção.

O evento foi preparado como parte da programação da semana de Celebrações da Mata Atlântica, organizada pela Fundação SOS Mata Atlântica, em alusão ao dia do bioma, celebrado em 27 de maio.


ATUAL CONTEXTO DA MATA ATLÂNTICA


A Mata Atlântica abrange cerca de 15% do território nacional, em 17 estados. É o lar de 72% dos brasileiros e concentra 80% do PIB Nacional. Sem este bioma, a regulação do clima do planeta, as atividades de agricultura, de pesca e de energia elétrica e o abastecimento de água em todo país ficariam comprometidos. Mas, infelizmente, hoje restam apenas 12,4% da floresta que existia originalmente.


Estudo realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelou que o desmatamento cresceu em 10 estados dos 17 que contam com o bioma, inclusive em alguns que a perda florestal se aproximava de zero (abaixo de 100 hectares). Além disso, o aumento em um ano, entre 2019 e 2020, ultrapassou 400% em São Paulo e no Espírito Santo. Esses dados constam no documento “Atlas da Mata Atlântica”, lançado no webinário “O Futuro da Mata Atlântica”.


Durante a live, o Diretor de Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, apresentou os dados desse último estudo publicado pela organização. De acordo com o diretor, a equipe avaliou 87% do total do bioma.


“A nossa análise é extremamente rigorosa. As imagens são interpretadas visualmente por tela de computador, revisada por dois analistas. E, além de rigorosa, a nossa análise é também conservadora, porque só enxergarmos desmatamentos e fragmentos acima de 3 hectares. É possível até que o desmatamento como um todo seja maior do que foi apresentado nesse atlas”, afirmou.


Luís apresentou também os vetores que mais contribuem para esse quadro de degradação ambiental no bioma: a expansão agrícola e urbana e a especulação imobiliária nas grandes cidades e nas regiões litorâneas.


ENORME DESAFIO


Para o Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional, o deputado federal Rodrigo Agostinho (PSB/SP), recuperar a Mata Atlântica será um “grande desafio”, pois o bioma tem um elevado grau de fragmentação. “Existem diversas espécies confinadas em fragmentos e elas estão sendo mantidas com populações muito baixas. Infelizmente, elas não resistirão às mudanças climáticas. Muito provavelmente, a fauna e a flora serão varridas”, lamentou o coordenador.


Por outro lado, Agostinho relembrou a importância da Mata Atlântica para a manutenção do país e também do planeta. “Estamos falando de um bioma que, mesmo com todas essas ameaças e reduções, mantém 5% de espécies vivas na Terra. Metade das espécies do Brasil está na Mata Atlântica e é onde habita 70% da população brasileira. O Dia da Mata Atlântica é uma data para repensar e começar com os dois pés na Década da Restauração. E que seja de forma inteligente, precisamos copiar a natureza, porque ela tem lições muito sábias”, finalizou.


RESTAURAÇÃO


De acordo com a Coordenadora Nacional pelo Pacto da Mata Atlântica, Ludmila Pugliese, a Década da Restauração é um grande reconhecimento diante da agenda de combate às crises climáticas, de biodiversidade e, inclusive, da pandemia. “Existe uma relação clara entre o desequilíbrio ambiental e o surgimento de doenças. Esse momento chega para somar com diversas outras iniciativas globais, como a COP do Clima e a COP da Biodiversidade”, afirmou Ludmila.


Ainda durante sua fala, a coordenadora pontuou que a restauração promove melhorias além do contexto ambiental. “Ela traz benefícios socioeconômicos também, porque permite a melhoria na qualidade de vidas das pessoas, sobretudo as que moram no campo, e que se beneficiam dos serviços ecossistêmicos”.


Ludmila também lembrou que alguns estudos mostram que o Brasil é um “cenário principal na restauração global”, já que possui dois hotspots (Mata Atlântica e Cerrado) – áreas de grande diversidade de espécies de flora e fauna, mas que, ao mesmo tempo, estão ameaçadas de extinção.


AUSÊNCIA DE LIDERANÇA


Para a Coordenadora Nacional pelo Pacto da Mata Atlântica, temos instrumentos políticos que podem viabilizar isso, mas ainda falta “liderança” no Brasil. “A governança depende de estratégia, monitoramento e liderança. No Brasil, a gente conseguiu ver que temos conhecimento, tecnologias e capacitação. Temos recursos para financiar a restauração. Então faltam liderança e engajamento”, completou.


Presente também na live, o Coordenador Geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica, João de Deus Medeiros, também lamentou o atual contexto político perante as pautas ambientais. ”Do ponto de vista de políticas públicas, a gente tem assistido nos últimos anos uma sequência de ameaças que nos deixam preocupados. A gente vê que essas medidas procuram relativizar a legislação de proteção, inclusive a própria Lei da Mata Atlântica”.


“O trabalho que a gente procura fazer, por meio das mobilizações das organizações voltadas para a defesa da Mata Atlântica, é exatamente a aplicação de políticas públicas mais consequentes e que garantam a conservação do que sobrou desse patrimônio nacional”, afirmou João.


ESPERANÇA


A última participante da live, a Diretora de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, fechou o evento com uma mensagem otimista. “Nós queremos devolver o verde da nossa bandeira, devolver para o nosso país. E, quando a gente fala isso, não significa apenas devolver a qualidade de vida e a segurança que precisamos para a emergência climática. Mas, sobretudo, devolver o verde da esperança para os corações dos povos da Mata Atlântica”.


Malu acredita também na força que as organizações da sociedade civil têm diante das agendas estratégica e eleitoral do Brasil. “Eu tenho certeza que as ONGs saberão incluir a Mata Atlântica na agenda política, na campanha dos candidatos que são amigos do meio ambiente e que defendem a pauta coletiva. Conhecemos as dificuldades, mas queremos ecoar a nossa resistência no Congresso Nacional”.


PARTICIPANTES


Participaram da live a Diretora de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro; o Coordenador Geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), João de Deus Medeiros; o Diretor de Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto; e a Coordenadora Nacional pelo Pacto da Mata Atlântica, Ludmila Pugliese.


O evento também contou com a presença de parlamentares que integram a Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional: o Coordenador da Frente, o deputado federal Rodrigo Agostinho (PSB/SP); o deputado federal NiltoTatto (PT/SP); e a deputada federal Fernanda Melchionna (Psol/RS).


Para conferir a live, acesse o canal do YouTube da Frente Parlamentar Ambientalista.


Assessoria de Comunicação da Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional

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