A educação ambiental é uma dimensão essencial para o fortalecimento da democracia e da cidadania e para o desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade. Esta foi uma das conclusões do debate, realizado nesta terça-feira (4), do ciclo de debates sobre os 25 anos de existência do Plano Nacional de Educação Ambiental.
Especialista em educação ambiental, a professora Lucie Sauvé, da Universidade de Quebec, no Canadá, participou por videoconferência do debate. Ela defendeu que a educação ambiental não pode ser vista apenas como uma temática, mas sim como uma dimensão fundamental do processo educacional em todos os níveis para formação cidadã.
— O objeto da educação ambiental não é o ambiente, mas a nossa relação com o meio ambiente, a nossa relação pessoal e coletiva. A educação ambiental nos convida a cuidar, juntos, do que diz respeito a todos, nos convida para a construção de uma ecocidadania ética, crítica, comprometida — afirmou Lucie Sauvé.
A escritora e socióloga Moema Viezzer defendeu que a educação ambiental deve ser um processo permanente de aprendizagem, que faça parte do cotidiano de todos, individual e coletivamente.
— A educação ambiental é um direito de todos — pontuou Moema Viezzer.
O professor Luiz Marcelo de Carvalho, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), apresentou um balanço sobre pesquisas, estudos e outras produções acadêmicas sobre educação ambiental. Ele afirmou que a comunidade acadêmica ligada diretamente ao tema da educação ambiental está consolidada no Brasil, na América Latina, nos Estados Unidos e na União Europeia.
O também professor e educador ambiental Vilmar Alves Pereira, da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat), apresentou um panorama sobre a educação ambiental nos países da América Latina. Segundo suas pesquisas, na maioria dos países latinoamericanos, o tema da educação ambiental é capitaneado pelos respectivos ministérios de Meio Ambiente, não pelos ministérios de Educação. No Brasil, o Plano Nacional de Educação Ambiental é gerido em conjunto pelo MMA e pelo MEC.
O sociólogo e psicoterapeuta Nilo Sérgio de Melo Diniz é consultor em educação ambiental e já foi diretor do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e do Departamento de Educação Ambiental do MMA. Ele defendeu que a educação precisa ser encarada como uma prioridade nacional e cobrou mais investimentos no ensino público em geral e na educação ambiental em especial.
Representando a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Renata Maranhão apresentou um histórico sobre as políticas públicas nacionais de educação ambiental. Ela citou, entre outras iniciativas, o Projeto Salas Verdes do MMA, que já tem mais de 630 unidades que servem como centros de informação e formação ambiental.
O evento ocorreu no Auditório Petrônio Portela, promovido pelas comissões de Meio Ambiente (CMA) e de Educação (CE) do Senado como parte das atividades da campanha Junho Verde, voltada à conscientização sobre sustentabilidade em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho). O evento foi mediado pela professora Rita Silvana Santana dos Santos, do MEC. Na parte da manhã, o ciclo de debates foi aberto com sessão especial no Plenário do Senado.
Fonte: Agência Senado
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