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Derretimento de geleiras destrói dados importantes sobre o clima

Análise de núcleos de gelo extraídos na Suíça mostrou que arquivos climáticos foram perdidos entre 2018 e 2020 devido ao derretimento de geleira; saiba mais


Informações sobre as condições climáticas e a poluição do ar no passado têm desaparecido conforme a geleira Corbassière, na montanha suíça Grand Combin, derrete progressiva e rapidamente – e o mesmo deve estar acontecendo em outros lugares ainda não estudados recentemente. É isso o que alerta um estudo publicado na revista Nature no último dia 26.


A pesquisa comparou núcleos de gelos (também conhecidos como testemunhos de gelo) perfurados em 2018 e 2020. Cientistas retiram essas amostras para verificar a quantidade de substâncias residuais presentes nelas, que varia conforme as estações.


Amônio, nitrato e sulfato, por exemplo, vêm do ar e se depositam nas geleiras junto com a queda da neve. As concentrações deles são mais altas no verão e mais baixas no inverno, época em que o ar frio faz com que quantidades menores de ar poluído subam do vale.


A composição química dessas amostras congeladas pode revelar dados de condições climáticas e composições atmosféricas de vários anos passados. Como anéis de árvores e sedimentos oceânicos, esses núcleos de gelo são arquivos preciosos que permitem aos pesquisadores "voltarem" no tempo.


O núcleo de gelo de 2018 avaliado pelos cientistas do novo estudo, que foi retirado de profundidades de até 14 metros e contém depósitos que datam de 2011, mostra diferenças de concentração de substâncias dentro do esperado.


Contudo, o núcleo de 2020, perfurado em até 18 metros, mostra essa variação para apenas três ou quatro camadas anuais superiores. Quanto mais funda nas camadas de gelo, a curva que indica a concentração de substâncias residuais se torna mais plana e suas quantidades totais são menores do que observado anteriormente.


Há uma possível explicação para o ocorrido: entre 2018 e 2020, o derretimento da geleira teria sido tão forte que uma grande quantidade de água da superfície teria penetrado na geleira e levado as substâncias mais para o fundo. Mas, segundo Margit Schwikowski, chefe do Laboratório de Química Ambiental do Instituto Paul Scherrer (PSI), parece que essa água não congelou novamente; e, assim, não concentrou as substâncias. "Em vez disso, ela drenou e literalmente as levou embora", concluiu a cientista em comunicado.


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